quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Talvez seja eu quem afaste as pessoas.
Afinal, quando mais quero e preciso
é quando elas mais distantes estão.
Odeio sentir o sabor da exclusão,
de ser deixado de lado,
esquecido ou rejeitado.
Deixar de lado sempre foi minha especialidade,
mas quando é comigo não acho legal, não mesmo,
até porque, só deixo quem nunca mereceu estar ao meu lado.
Não sou a melhor pessoa do mundo,
nem o mais bonito, nem de longe o mais legal,
rico, engraçado, ou ainda o de gênio mais fácil,
mas sei que com todas essas minhas imperfeições,
ainda há algo bom em mim.
Continuo esperando o imperfeito pra me tonar perfeito,
afinal, menos com menos é mais, não é?


Estou carente, mais que a Juju,
ouvindo Melissa,
pronto pra que uma lágrima resolva cair,
mas já decidi, como sempre, vou segurar.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

“Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber,
não dá pra entender como ela não se cansa disso.
Sabe que tudo acontece como um jogo,
se é de azar ou de sorte, não dá pra prever.
Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa.
Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas.
De se apaixonar, de se jogar num rio
onde ela não sabe se consegue nadar.
Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera.
Estranho é que ela já apanhou demais da vida.
Essa moça tem relacionamentos estranhos,
acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta.
E quem não é?
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém,
mas o que te garante que você não está somente
servindo pra tapar buracos,
servindo de curativo pras feridas antigas?
A moça… Ela muito amou, ama, amará,
e muito se machuca também.
Porque amar também é isso, não?
Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes,
até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando.
Daí você espera por alguém que venha te curar.
Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não.
E pra ela? Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés,
golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.
A moça – que não era Capitu, mas também têm
olhos de ressaca – levanta e segue em frente.
Não por ser forte, e sim pelo contrário.
Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio
no seu coração, na sua alma, na sua essência.
E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda.
Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.”


Hoje sinto-me como a moça. Amanhã talvez não, ou sim.
Vai depender, depender de você, de mim.
Um dia tudo se ajeita. Eu ainda creio.
Ouvindo Falling Slowly.